Portal Plena Mulher

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Afinal, qual é a origem da dor de cabeça?

Dr. Milton Raposo Jr, da MR Estética Dental para o portal Plena Mulher:

O uso indiscriminado de analgésicos pode mascarar doenças
falar, comer e engolir. Ninguém vive sem fazer isso, afinal a ATM é uma das articulações mais ativas do corpo humano. As doenças dessa articulação e dos músculos que fazem esses movimentos da boca são chamados de disfunções temporomandíbulares (DTM) e um dos principais sintomas são as dores de cabeça.
“Os sintomas da DTM e da simples dor de cabeça são semelhantes, por isso é importante considerar sempre a avaliação multidisciplinar de especialistas da saúde, para concluir o diagnóstico correto”, explica Dra Andrea Beder, especialista em dor Oro Facial e membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial do Instituto Alpha. “O profissional de odontologia pode e deve diagnosticar a dor de cabeça até o nível primário, ou seja, se é uma cefaléia tensional, crônica ou episódica, até mesmo para conseguir identificar se a dor é causada pela DTM”, confirma a especialista.
Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Indústrias (ABIFARMA) apontou que 80 milhões de pessoas tomam remédio para amenizar as dores sem consultar um médico. “O emprego de medicamentos vendidos sem prescrição médica podem mascarar doenças e são os grandes vilões das dores de cabeça. Eles causam dependência e o uso discriminado pode tornar o paciente dependente”, alerta. De acordo com o Dr. Milton Raposo Jr, especialista em implantodontia pelo Centro de Estudos Odontologicos (NEO) e também em reabilitação oral, uma questão intrigante é que as mulheres em idade fértil são as mais acometidas pela doença, cerca de nove para cada homem. Atualmente, tem sido observado um aumento dos casos de DTM em adolescentes e crianças.

  • Como diagnosticar se é uma simples dor de cabeça? As dores estão localizadas nas laterais do crânio e a sensação é a mesma como se apertassem a cabeça. A dor é contínua e não aumenta a intensidade com movimentos corriqueiros como andar, correr, subir escadas e etc. A dor não é latejante, porém a pessoa se sente incomodada com ruídos e luzes.
  • Qual a diferença entre cefaléia (dores de cabeça de tensão), crônica e episódica? A cefaléia de tensão (causada pela tensão muscular) é a mais comum e pode durar entre 30 minutos e uma semana inteira ou sentir quase sempre ou ocasionalmente. Se as dores ocorrem de 15 ou mais dias no mês, pelo menos durante 3 meses, é provável que seja uma cefaléia crônica.
  • Como tratar a cefaléia de tensão? Existem tratamentos eficazes relacionado a reeducação de hábitos saudáveis para controlar os níveis de tensão e ansiedade, provocadas pela rotina diária. É importante lembrar que é possível controlar a dor sem fazer uso de análgesicos ou se for necessário, usar apenas com a prescrição médica.
  • Como tratar a cefaléia crônica sem analgésicos? Devido a dependência de análgesicos é mais dificil de tratar. A dor de cabeça simples ou crônica é típica de pacientes com do oro facial.
  • Qual a diferença da dor causada pelo DTM? Dói os músculos da cabeça, pescoço e ombro que fazem parte do sistema estomatognáticos. Como as dores de cabeça podem ser semelhantes para uma pessoa leiga, é importante avaliar se dói ao abrir a boca e se incômodo é sentido próximo à região das orelhas.
  • Como diagnosticar a DTM? É importante realizar o exame de Ressonância Magnética de crânio, de sangue e de urina “tipo 1” para avaliar se tem hormônios em excesso no organismo, um dos sinais de que o músculo está trabalhando demais. Sem dúvida o mais importante é o exame dor orofacial. O exemplo clássico dessa dor, que afeta os tecidos da face, pescoço e estruturas da cavidade oral, é a dor de dente. Lembrando a importância de avaliar todo o prognóstico de paciente, junto a especialistas de outras áreas de saúde, para o sucesso do tratamento.
  • Os analgésicos ajudam a combater a dor? No caso de uso frequente de analgésicos, com ou sem prescrição, temos o risco de o paciente se encontrar em uma fase de privação medicamentosa e que seu uso deve ser observado, pois já se encontra com quadro de dependência química, ou seja, quando não tomam sentem dor, porque o organismo está acostumado.
  • Como tratar? O tratamento deverá ser personalizado, com condutas específicas para cada paciente. Portanto, uma equipe multiprofissional, que inclua o reumatologista, dentista, fisioterapeuta, psicólogo e fonoaudiólogo devem ser envolvidos.