Revista Pais & Filhos

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Gengivite pode causar parto prematuro
Estudo da Unifesp recomenda ida ao dentista como parte do pré-natal, grávidas são mais propensas
Por Melina Dias, mãe de Caio
29-08-2013

Sabe quando você tem uma longa viagem pela frente e você inclui entre os preparativos ir ao dentista? Raciocínio semelhante deveria ser aplicado durante a gestação. Estudo divulgado recentemente pela Unifesp reforça a importância de se incluir exames odontológicos no pré-natal e alerta sobre a falta de orientação a gestantes. Doenças bucais podem, por exemplo, levar ao parto prematuro e influir no baixo peso do bebê. “As bactérias da gengivite e da periodontite escapam para a circulação e, no corpo da gestante, conseguem se fixar na placenta, tecido que envolve o bebê dentro do útero. Como uma reação para salvar a criança, o corpo entende que precisa antecipar o trabalho de parto.” Explica a doutora Andrea Beder, filha de Vilma e Marcelo, mestre em implantodontia, cirurgiã trauma buco maxilo facial.
Durante a gravidez as inflamações na gengiva podem piorar por causa das alterações hormonais que modificam o equilíbrio normal da boca. Escovar bem os dentes, como sempre, é fundamental. “As mulheres ficam sensíveis emocionalmente e acabam consumindo mais doces, aumentando a acidez bucal, ambiente perfeito para a proliferação de bactérias”, complementa o Dr Milton Raposo Jr, pai de Cintia e Bruna, especialista em estética facial dental e reabilitação oral. “A ansiedade, medo, mitos e crenças que rodeiam as mamães também dificultam a importância sobre a necessidade dos cuidados”, acredita ele. Crenças e mitos de que o tratamento odontológico realizado durante a gravidez prejudica o desenvolvimento do filho ainda acompanham mulheres e atrapalham o cuidado com a saúde bucal neste período. Veja as respostas às dúvidas mais comuns:

  1. Quando iniciar um tratamento com segurança para o bebê? O segundo trimestre gestacional seria a melhor fase para tratar a gestante, pela sua estabilidade física e emocional. Assim, é possível evitar desconfortos, como náuseas, provocadas por instrumentos ou odores dos produtos utilizados durante o tratamento.
  2.  Se a mãe tem alergia a esses produtos, como seguir o tratamento? Graças às farmácias de manipulação há produtos antialérgicos e sem cheiro e sabor para ajudar a mãe. Converse com seu dentista.
  3. Gestantes podem tomar anestesia bucal? Sim, o grande vilão para as grávidas eram os anestésicos locais, mas hoje temos diversos tipos de anestésicos locais específicos para elas, bem como para cardíacos, por exemplo.
  4.  A mãe que não sente incômodo na gengiva ou nos dentes, mesmo assim pode apresentar esses problemas? Sim. A gengivite e a periodontite não apresentam sinais e quando descobertas já estão em estágios avançados.
  5. O tratamento pode ser realizado no terceiro trimestre da gestação? Sim, porém se deve respeitar algumas regras porque neste período a mamãe está ansiosa devido a proximidade do parto.
  6. E quais são essas regras? Não reclinar muito a cadeira odontológica, evitando o desconforto da gestante e até mesmo dificuldade para respirar devido a posição. Os tratamentos devem ser rápidos e de preferência pela manhã. A grávida deve tomar café da manhã antes de começar o tratamento, para equilibrar o nível de glicose no organismo. O consultório deve estar equipado com banheiros especiais e entender que o tratamento pode ser interrompido, devido a necessidade da paciente de urinar.

Consultoria: Unifesp; Doutora Andrea Beder, filha de Vilma e Marcelo, mestre em implantodontia, cirurgiã trauma buco maxilo facial e especialista em apneia do sono, do Instituto Alpha; doutor Milton Raposo Jr, pai de Cintia e Bruna, especialista em estética facial dental e reabilitação oral na MR Estética Dental.